As festas de final de ano são grandes potencializadoras das emoções. Assim, facilmente leva a um quadro depressivo nas pessoas que estão mais fragilizadas emocionalmente. Ou podem agravar os sintomas naqueles que já convivem com a depressão. Parece estranho como festividades e suas expressões reconhecidamente felizes são capazes de “maltratar” as pessoas.
O natal está cheio de fatores afetivos fortíssimos como a reunião de família, prestígio entre as pessoas, expectativa dos presentes (que compramos e vamos receber), recordações da infância, os próprios enfeites de natal, as nossas realizações e tantas frustrações do ano. As festas do final de ano são, de todas comemorações, a mais emocionante. Por conta disso, precisamos estar atentos como estamos vendo e sentido as nossas emoções nesses dias.
Cada vez mais o espírito natalino não é visto como o nascimento de Cristo e, sim, como mais uma data onde não se pode esquecer de comprar o presente do filho, dos pais, do companheiro, do amigo e assim por diante. Ir às compras, ao invés de ser um prazer, pode ser um grande estresse. Seja pela quantidade de gente comprando, seja comparando o que os outros compram que não podemos comprar. Quer dizer, o que importa é o bem material, o que você pode oferecer financeiramente, o quanto você vale em dinheiro, e não o que se tem de sentimento, de amor e companheirismo. Isso causa angústia e ansiedade, frustração e depressão. Chega-se ao ponto das pessoas ficarem exaustas e mal humorados já alguns semanas ou dias antes do natal. Assim, facilmente um quadro depressivo se instala. A pessoas passam a não querer participar das comemorações do final de ano, tornam-se isoladas, facilmente choram, pedem para que o natal e ano novo passem logo e que ninguém ligue para elas. Acha que no ano seguinte tudo irá melhorar.
Em Janeiro, a depressão só vai piorar, precisando logo iniciar um tratamento médico.
Nesses casos, deve-se procurar um médico-psiquiatra para uma avaliação o mais breve possível.
Geralmente as pessoas demoram muito para procurar o psiquiatra pelas crenças da população de que “a depressão não é uma doença” ou deve-se “a fracasso pessoal”.
Além disso, a pessoa com depressão tem desesperança, falta de energia para procurar ajuda, insegurança, medo e é sensível às criticas de que é um “fraco” ou “preguiçoso” pois não consegue mais realizar as atividades como antes.
É importante saber que a depressão é uma doença muito comum. É considerada um grave problema de saúde pública pelas suas consequências e prejudicam a qualidade de vida dos indivíduos, mais do que qualquer outra doença.
Quando as pessoas tem depressão e não são tratadas podem tornar a depressão crônica, evoluindo com invalidez. Não raramente a tristeza e a vida torna-se um tormento e as pessoas cometem suicídio.
Apesar de grave, a depressão, quando bem diagnosticada e tratada nos seus estados iniciais, geralmente recupera-se rapidamente.
Procurar ajuda profissional nos estágios iniciais da depressão não somente tem-se logo a melhora do quadro, como também evita a cronificação, agravamento e as conseqüências da depressão.
Abraços Dr. Tárcio Carvalho
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